Psicopata, o que é?

 

 

 

Psicopata, a rigor designa um indivíduo, clinicamente perverso que tem personalidade psicopática. Contudo essa última categoria nosológica em especial, dá o nome ao grupo conhecido como sociopatas. Estes por sua vez, na perspectiva psicanalítica são os portadores de neuroses de caráter ou perversões sexuais.

A psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulaçãoegocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições. Apesar da psicopatia ser muito mais frequente nos indivíduos do sexo masculino, também atinge as mulheres, em variados níveis, embora com características diferenciadas e menos específicas que a psicopatia que atinge os homens.

Embora popularmente a psicopatia seja conhecida como tal, ou como "sociopatia", cientificamente, a doença é denominada como sinônimo do diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial.

A psicopatia parece estar relacionada a algumas importantes disfunções cerebrais, sendo importante considerar que um só único fator não é totalmente esclarecedor para causar o distúrbio; parece haver uma junção de componentes. Embora alguns indivíduos com psicopatia mais branda não tenham tido um histórico traumático, o transtorno - principalmente nos casos mais graves, tais como sádicos e serial killers - parece estar associado à mistura de três principais fatores: disfunções cerebrais/biológicas ou traumas neurológicos, predisposição genética e traumas sociopsicológicos na infância (ex, abuso emocional, sexual, físico, negligência, violência, conflitos e separação dos pais etc.). Todo indivíduo antissocial possui, no mínimo, um desses componentes no histórico de sua vida, especialmente a influência genética, entretanto, nem toda pessoa que sofreu algum tipo de abuso ou perda na infância irá tornar-se uma psicopata sem ter uma certa influência genética ou distúrbio cerebral; assim como é inadmissível afirmar que todo psicopata já nasce com essas características. Portanto, a junção dos três fatores torna-se essencial; há de se considerar desde a genética, traumas psicológicos e disfunções no cérebro (especialmente no lobo frontal e sistema límbico).

 

 

Graus de psicopatia

 

 

O psicopata é facilmente identificado como aquele indivíduo exemplar, muito bem educado e gentil, muitas vezes sociáveis e simpáticos. Geralmente, eles têm fama de muito bem comportados, os que causam menos confusões em lugares como escolas e ambiente de trabalho - não raro, recebem elogios diversos de professores, chefes, funcionários etc. Em suma, são tidos como aqueles indivíduos que a maioria das pessoas nunca imaginaria nenhuma atrocidade vinda desse ser. Quando cometem algum tipo de maldade ou crime, frequentemente as pessoas ao seu redor ficam surpresas e têm dificuldade em acreditar nesses relatos. Entretanto, em contraste com tais características, um ponto muito comum entre todos os psicopatas é o ambiente intrafamiliar marcado por diversos e extensos conflitos; todo psicopata tem um ambiente familiar conturbado, permeado por constantes discussões e brigas.

 

 

 

Psicopata comunitário ou de grau leve

 

 

A maioria dos psicopatas corresponde àqueles de grau leve, por isso, geralmente não satisfazem totalmente todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial. Eles são os psicopatas mais comuns, tendem a exibir poucos critérios e são aqueles que dificilmente matam; entretanto, são os mais difíceis de serem diagnosticados porque tendem a se passar despercebidos no ambiente social, caracterizando o "psicopata comunitário". Geralmente, possuem inteligência média ou até mesmo maior que a média, mas são frios, racionais, mentirosos, não se importam com os sentimentos alheios e são os psicopatas ditos dissimulados: escondem tais características de forma que pouquíssimas pessoas consigam perceber, são muito manipuladores. Muitas vezes estão ao lado de todos e ninguém consegue perceber isto. Eles podem ser desde um falso colega oportunista que vive se fazendo de vítima, até trapaceiros, parasitas sociais, políticos, empresários e religiosos. Esse psicopata raramente vai para a cadeia, mas quando esses indivíduos - por algum motivo ilícito - vão para a prisão, são tidos como presos "exemplares" pelo seu bom comportamento: são muito bem vistos, comportados, não arranjam confusões e dissimulam uma aparência de inocentes coitadinhos, a ponto que outros presos e seguranças não consigam acreditar que aquela pessoa tão calma pôde cometer alguma atrocidade. Exatamente por isso, são os que mais facilmente conseguem enganar a todos, fazendo com que diminuam o tempo de pena na cadeia. Do ponto de vista infantil, esses indivíduos podem ou não ter traumas significantes que possam ter sido considerados agravantes do transtorno mas, de forma geral, tiveram uma educação aparentemente normal. Comumente foram crianças com grande charme superficial, encantavam facilmente adultos pela sua aparência de docilidade, entretanto, já apresentavam traços de frieza, insensibilidade, e intolerância à frustração - que podem ser evidentes em condutas como maltratar coleguinhas, animais, mentir etc.

 

 

 

Psicopata antissocial ou de grau moderado a grave

 

 

Já o psicopata de grau moderado a grave corresponde àqueles que satisfazem quase ou todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial e são os psicopatas deliberamente antissociais. Esses psicopatas têm uma alta tendência a se enquadrarem por exemplo, na categoria serial killers. A maioria apresenta as mesmas características do psicopata comunitário, entretanto apresentam condutas que os colocam contra à sociedade em geral fazendo com que sejam mais facilmente inseridos no meio carcerário. São menos frequentes, entretanto, uma vez que satisfazem quase ou todos os critérios para a personalidade antissocial, eles são aqueles que estão mais facilmente vulneráveis a delitos graves e chocantes. Eles geralmente são agressivos, impulsivos, frios, sádicos, mentirosos, não possuem empatia e são mais facilmente associados a psicopatas autores de grandes golpes ou assassinos e serial killers, entretanto, escondem tais características de forma que socialmente são vistos como pessoas normalíssimas, cujos verdadeiros instintos ninguém é capaz de desconfiar. Os de grau moderado geralmente estão mais infiltrados no meio das drogas, álcool, jogo compulsivo, direção imprudente, vadiagem e promiscuidade e vandalismo, além de grandes golpes e graves estelionatos. Os que apresentam um grau muito grave, frequentemente são assassinos sádicos, ou seja, obtêm prazer (principalmente sexual) ao ver o sofrimento de outra pessoa e são indivíduos excessivamente problemáticos, do ponto de vista emocional. Em contraste a essas características, de modo semelhante ao psicopata comunitário, podem apresentar-se como uma pessoa normal perante os outros e a sociedade, contudo, escondem uma personalidade muito mais sombria - esta ocasionalmente visível para familiares, por exemplo, onde o ambiente é marcado por discussões frequentes. Totalmente frios, sem remorso e ausentes de sentimentos carinhosos para com outros seres humanos, esses indivíduos não conseguem conter por muito tempo seus impulsos sádicos - embora saibam perfeitamente que seu comportamento é inapto e totalmente repudiado pela sociedade. É comum nessas pessoas, um histórico de doenças neuropsiquiátricas como depressão, déficit de atenção, transtornos de ansiedade ou outros distúrbios de personalidade, além de um persistente sentimento de vazio existencial e tédio, o que os faz buscarem constantes estímulos - inconstantes, enjoam de tudo facilmente, por isso sempre procuram algo novo e diferente para fazerem; mas possuem dificuldade em terminar o que começam. Na infância, esses indivíduos geralmente sofreram algum tipo de trauma significante o que pode ser considerado agravante da psicopatia. Normalmente foram crianças mais reservadas ou introvertidas, mas que, por vezes, apresentavam traços de transtorno de conduta.

 

 

 

 

Sintomas

 

 

 

Mesmo que não demonstrem socialmente, a característica principal da psicopatia é um forte traço narcisista enraizado na personalidade. São indivíduos megalomaníacos (se acham superior às outras pessoas), imprevisíveis, sem escrúpulos, excessivamente egoístas e egocêntricos. São charmosos e manipuladores e podem dizer isso com o maior orgulho. Essa característica narcisista é muito mais acentuada do que os próprios portadores do transtorno de personalidade narcisista. Embora estes últimos com frequência demonstrem, de primeira, a todos o seu narcisismo, os psicopatas, a princípio nunca demonstram; entretanto, suas atitudes são típicas de alguém cujo "amor-próprio" é elevado. Podem ser excessivamente opiniáticos, autossuficientes ou vaidosos. Por isso, a principal característica de quem carrega o distúrbio consigo é ter os seus próprios interesses sempre em primeiro lugar, o tempo todo. Como são muito individualistas, essas pessoas precisam se sentir estimuladas todo o tempo, e não se importam com as pessoas que estão ao redor. Por isso são exagerados: comem demais, praticam sexo demais, dormem demais, folgam demais, não tem responsabilidade e quando trabalham, é só para conseguir dinheiro e poder. Mesmo assim, enjoam facilmente e tendem a abandonar o emprego por puro tédio e monotonia. São indivíduos incapazes de se integrar a qualquer grupo, devido ao seu egoísmo absoluto e a não aceitarem qualquer tipo de regras. Só o que eles querem é o que interessa. É só ele, o outro só serve para o uso dele. Aparentemente eles apresentam transtornos como impulsividade, teimosia, dificuldades em seguir regras, são geralmente questionadores e não aceitam qualquer resposta como verdade, o que os torna rebeldes por natureza. É bom que se diga que a psicopatia não é uma doença mental, é um estado da mente de alguns indivíduos que nascem assim e assim morrerão. Não existe nenhum tratamento eficaz, nem psiquiátrico nem medicamentoso para tratar da psicopatia.

Embora a psicopatia seja popularmente associada a pessoas violentas, com aparência insana - ou seja, facilmente identificáveis -, tal associação é comumente errônea, porque diferente do que as pessoas acreditam; psicopatas, em sua maioria, não são assassinos. Assim como nem todos os assassinos são psicopatas. Pelo contrário, existe na população mundial cerca de 4% (3% homens; 1% mulheres) de pessoas com esse distúrbio, entretanto, apenas 1% dessas podem chegar a cometer assassinatos e delitos graves. Sendo assim, são muito difíceis de serem diagnosticados e reconhecidos, pois são pessoas muito dissimuladas, com comportamento duplo (por ex, socialmente são vistos como "anjos" comportados, quando na realidade escondem um comportamento contrário: são verdadeiros "demônios").

Quase em todos os casos os criminosos seriais têm trabalhos efetivos e se comportam neles de forma responsável, podem ser pontuais e cumpridores, obtendo dos chefes o reconhecimento e boas referências. Alguns trabalham por conta própria, outros têm um bom passado familiar e se dedicam a tarefas recreativas, hobbys, colecionam objetos artísticos, possuem refinados gostos culturais ou realizam ações de beneficência na comunidade, em atitude paradoxal com suas tendências delituosas.

Psicopatas normalmente ocultam suas intenções debaixo de uma aparência sedutora ou de amabilidade e cortesia. Mesmo aparentando um comportamento dócil e intenções de proteger certas pessoas, por trás disso, tal dissimulação esconde uma pessoa fria, calculista e falsa, caracterizando um indivíduo excessivamente manipulador. São cínicos e, como não conseguem amar, não conseguem manter um relacionamento leal e duradouro, sobretudo por sua incapacidade de tolerar rotina e monotonia. Eles dificilmente se apegam a alguém, detestam relacionamentos íntimos e, quando os têm, não duram por muito tempo, ou facilmente traem a fidelidade do parceiro, uma vez que não sentem empatia nem culpa.

A psicopatia é um transtorno mental sério que tem vários níveis de severidade. Estes níveis compreendem desde o grau leve, moderado e grave. A mulheres ditas psicopatas têm tendência a terem um grau leve e moderado, raramente são inclusas no grau grave. Este último é mais frequente nos homens.

Uma característica muito comum em indivíduos com o transtorno é a intolerância a frustrações - este talvez o único motivo que os façam chorar de verdade -, o que frequentemente os faz adotarem comportamentos e ações extremas para conseguirem o que querem. Como são pessoas com total ausência de emoções importantes, eles necessitam sempre de estímulos. Não admitem ser contrariados, nem receberem um não de algo que eles realmente querem.. Eles "precisam" conseguir o que querem. Isso faz com que eles geralmente não desistam enquanto não conseguem algum objetivo que exclua o tédio de suas vidas; assim adotam atitudes extremas e/ou infantis: não importa o meio, o que realmente importa é o fim ("Os fins justificam os meios"). É por isso que, muitas vezes, comportamentos de assassinos seriais são totalmente vistos como sem lógica aos olhos de pessoas "comuns". Essa relutância em aceitar frustrações e a ideia insuportável de não conseguir o que querem, frequentemente os faz autores de ações muito exageradas que uma pessoa normal comumente nem se quer pensaria nessa hipótese criminosa, tais como furtos, sequestros e, no extremo, assassinatos. É o caso do serial killer que, por exemplo, após ser rejeitado por uma mulher, simplesmente passa a persegui-la até conseguir torturá-la e matá-la. Ou, ainda, o exemplo do assassino serial que após término de um relacionamento, passa a sequestrar e assassinar todas as mulheres com as mesmas características físicas da sua ex-namorada. Na realidade, são pessoas excessivamente rancorosas e vingativas. Provavelmente odeiam a sociedade porque um dia foram odiados por ela - ou ao menos imaginaram ser. Esses comportamentos, aos olhos de outras pessoas, são notavelmente sem lógica e motivo, entretanto, para o psicopata, nada o impede de passar por cima de outras pessoas para conseguirem o que querem. A frieza excessiva aliada ao sadismo, por vezes, os fazem cometerem tais crimes hediondos, muitas vezes por pitadas de rancor e vingança, o que os traz literalmente grande diversão. Eles nunca hesitarão em derrubar, trapacear e até mesmo matar outras pessoas, para conseguirem algo com isso (muitas vezes por puro prazer). O que para um indivíduo saudável é totalmente inadmissível; para um psicopata, o que, de fato, importa é o seu objetivo, e não o meio que ele irá usar para conseguir isto.

Psicopatas são pessoas que vivem a oscilar entre um comportamento dominador e ao mesmo tempo um comportamento onde eles são as pobres vítimas. São excessivamente manipuladores e controladores. O lema de um psicopata é sempre "controlar para não ser controlado". Indivíduos assim, não se importam com os sentimentos alheios sendo que suas ações insensíveis geralmente são destinadas para o proveito próprio (como a riqueza material) ou até mesmo por pura diversão de ver os outros sofrerem.

Os psicopatas que aplicam golpes a fim de obterem algum ganho material com isto, geralmente são psicopatas de grau leve a moderado, considerados psicopatas comunitários. Enquanto isso, aqueles que cometem alguma crueldade sem nenhum motivo lógico ou por puro prazer de ver o sofrimento alheio, são tidos como os psicopatas de grau mais grave e, geralmente, são naturalmente sádicos - totalmente insensíveis, se divertem com o sofrimento alheio.

Esses indivíduos, dependendo do grau da psicopatia, deixam marcas por onde passam, desde marcas sentimentais a marcas financeiras. Eles são literalmente antissociais, parecem odiar tudo e todos, são hostis à sociedade, demonstrando uma conduta que lhe traz conflitos frequentes com o meio em que vive. Podem ser contrários às regras, rebeldes, não temem castigos na infância, são agressivos e apresentam um comportamento em que suas ações são destinadas a irritar às pessoas em sua volta, mesmo negando, por isso são frequentemente irritantes e pouco toleráveis. Psicopatas não são capazes de manterem um vínculo afetivo por muito tempo e muito menos se apegar emocionalmente a alguém. São pessoas egoístas, insensíveis, frias e que buscam apenas prazeres imediatos, embora possam fingir o contrário quando acham necessário. Eles podem sentir frustração, rancor, ódio, inveja e outra qualquer emoção negativa, entretanto, não têm sentimentos considerados positivos (ternura, carinho, consideração, altruísmo etc.), não ao menos com as outras pessoas. Não amam da mesma forma que as outras pessoas; na realidade, o que predomina no sociopata é um grande sentimento de posse - este frequentemente exibido.

Psicopatas são indivíduos inteligentes, facilmente se disfarçam de ingênuos, santos ou inocentes para conseguirem o que querem. Essas pessoas têm uma grande habilidade em adquirir simpatia e carisma das pessoas por quais se interessam e, por isso, induzem com rapidez os outros a fazerem coisas que na realidade "não" tinham intenção. São árduos manipuladores. São chantagistas, por vezes, mudam totalmente de um mau comportamento para uma boa conduta, a fim de conseguirem o que querem. Eles podem usar da mentira mas não admitem que esta mesma seja usada para com eles. O lema é "eu posso, você não". Além disso, uma característica típica que os diferencia de mentirosos que mentem para receber atenção ou admiração, é que a mentira do psicopata é dificilmente descoberta. São tão calculistas que conseguem mentir olhando nos olhos, sem remorso ou arrependimento, e suas mentiras raramente são descobertas porque são muito bem planejadas. São indivíduos muito preocupados consigo próprios, irresponsáveis e imediatistas. Tais características geralmente são muito mais atribuídas aos homens psicopatas do que as mulheres. Entretanto, esses detalhes também se assemelham na mulher psicopata.

 

 

 

Emoções superficiais e teatralidade

 

 

 

Sociopatas em geral têm emoções rasas, podendo demonstrar amizade e consideração facilmente para conseguirem conquistar determinadas pessoas, contudo, tais emoções são superficiais e breves porque não são verdadeiras.

O psicopata não tem sentimentos para com outras pessoas; entretanto, parece que desde criança - apesar desse vazio sentimental - eles conseguem "imitar" as emoções das outras pessoas (embora não as sinta de verdade) a fim de conseguirem um ideal. Por exemplo, eles podem não sentir altruísmo, entretanto, aprendem a imitar esse altruísmo, usando-o para algum benefício. Por isso, suas emoções podem ser passageiras, porque apenas copiam as emoções, mas não as têm. Por exemplo, um psicopata pode mostrar-se excessivamente triste porque magoou um colega, entretanto, rapidamente tal emoção parece subitamente desaparecer, como se nada tivesse acontecido. Assim são suas emoções, geralmente aparecem e desaparecem de forma súbita.

Sua vida inteira é vivida de forma teatral e dramática, onde o psicopata é sempre a "vítima" ou "coitadinho" e os outros são os vilões maldosos que merecem punição. Eles tentam sempre a convencer suas vítimas de que eles próprios estão tendo algum tipo de sofrimento, assim, acarretam na outra pessoa um sentimento de dó ou pena - uma das principais armas do psicopata. São também irresponsáveis: tendem a fugir de suas responsabilidades e jogando a culpa para outras pessoas, por isso fazem de tudo para convencer as pessoas acreditarem de que toda a culpa do universo é do outro e não do psicopata. Eles têm imensas habilidades em inverter os papéis das situações, onde a outra pessoa é o vilão e eles as vítimas. Essa irresponsabilidade ainda é notada quando marcam um compromisso e, sem mais nem menos, cancelam em última hora, sem se importar com suas consequências para outras pessoas.

 



Frieza e ausência de sentimentos

 

 

Psicopatas são pessoas insensíveis, frias e com ausência de sentimentos genuínos para com outras pessoas. Eles parecem não sentir emoções calorosas entre os humanos, tais como o amor, compaixão e altruísmo. São vistos como indivíduos frios, que não demonstram amor, carinho e ternura, até mesmo com pessoas próximas, tais como familiares. Por mais que algumas pessoas acreditem inocentemente que um dia o psicopata poderá sentir algum tipo de sentimento altruísta, lamentavelmente ainda não se pode afirmar hipóteses do gênero. São pessoas sem nenhum tipo de sentimento bom para com os outros, apenas para si mesmo. Não amam, não sentem dó, não são humildes, nem generosos, muito menos carinhosos e afáveis. Esses indivíduos não sentem afeto algum por outros seres humanos; portanto, jamais sentirão do mesmo modo que pessoas "normais" sentem. Talvez nunca tenham sentido, contudo, aprenderam a imitá-las. Aprenderam a imitar a forma como duas pessoas se amam, se compreendem. Aprenderam a imitar o altruísmo, o carinho e a generosidade ao observarem e copiarem tais demonstrações vindas de outras pessoas, mas nunca advindas de si próprio. Por isso, demonstram superficialmente seus sentimentos e emoções, pois na realidade não passam cópias e imitações de sentimentos. Quando demonstram sentimentos bons, mais uma forma de manipular para conseguir algo com isso. Raramente dizem "eu te amo", ou então, mais frequentemente, quando dizem, demonstram o oposto. Dizem que amam mas suas ações e comportamentos demonstram o contrário. Na realidade, eles frequentemente tratam as pessoas como "coisas" ou "objetos". Exatamente por isso, o sociopata oscila entre períodos em que causa sofrimento às pessoas, e períodos em que demonstra afeto e consideração.

Psicopatas são pessoas, acima de tudo, frias e insensíveis. Frias emocionalmente de tal forma que nada as faz se comoverem por algum tipo de dor ou sofrimento alheio. Via de regra, não demonstram qualquer tipo de afeto, amor ou carinho por outra pessoa, inclusive seus próprios familiares. Só o demonstram para conseguir algo. Não vão se importar se feriram ou não alguém, muito menos vão se chocar por algum acontecimento doloroso a outrem. Pelo contrário. Podem ver, ouvir e até mesmo cometer inúmeras crueldades sem ter a capacidade de sentir algum tipo de emoção com isso; qualquer tipo de sofrimento para outra pessoa, para eles, é simplesmente "normal". É exatamente por esta razão que muitos psicopatas assassinos são popularmente descritos como "sangue frio", sem emoção. Compaixão, dó, pena e altruísmo são palavras totalmente ausentes na área emocional do psicopata. Do ponto de vista emocional, nada os choca, nada os faz chorar por dó, tristeza ou compaixão em ver uma outra pessoa sofrer, seja da pior forma possível. É o caso do indivíduo que perde um irmão e apenas diz calmamente "que pena" e, logo em seguida, volta a fazer o que estava a fazer antes. São indivíduos excessivamente insensíveis.

Nota-se nessas pessoas uma falta de sentimentos considerados receosos, tais como o medo, nojo e remorso. Na maioria das pessoas, essas emoções quando são confrontadas têm por definição impedir um aproximamento daquilo que causa o receio, ou se arrepender de alguma ação feita. No caso dos psicopatas, eles parecem sentir muito pouco, ou até mesmo serem ausentes de tais emoções. Consequentemente, o medo, pânico e remorso são muito pouco sentidos, ou inexistentes em psicopatas. Via de regra, o psicopata de grau leve tende a ainda ter indícios de sentir emoções receosas, entretanto, o psicopata considerado grave frequentemente é completamente ausente dessas emoções. O indivíduo antissocial também não teme porque não tem as emoções normais de um ser humano. Diante, por exemplo, questões ilegais em que estão envolvidos, eles assistem tais processos de forma indiferente, como se não estivessem envolvidos. Em geral, a impulsividade em busca de novos estímulos somada à ausência do medo e do remorso, os levam ao exibicionismo e a cometerem atitudes antissociais.

O psicopata é visivelmente um indivíduo com uma grande falta de empatia, por isso apresenta um estilo de interação sadomasoquista. Geralmente ele é o que induz ao sofrimento, e o outro é o que recebe o sofrimento, embora o contrário também pode acontecer, pois o psicopata da mesma forma que não se preocupa com os outros, também não se preocupa muito consigo mesmo. É importante notar que, sendo uma das principais características da psicopatia, apesar disso tudo, o psicopata raramente demonstra sentir remorso ou culpa pelo o que faz. São pessoas que não sentem culpa ou sentem muito pouco, o que não faz com que impeçam-nos a evitar atitudes que causem sofrimento. Após cometer sofrimento a outras pessoas, eles podem se mostrar indiferentes, poucos preocupados com o ocorrido, ou então até rirem ou se orgulharem disto. Em alguns casos, teatralizam o arrependimento e o sentimento de remorso, chorando e alegando culpa, entretanto, isso não passa de mero drama que subitamente desaparece após algum tempo.

 

 

 

Muito mais razão que emoção

 

 

 

Sociopatas, via de regra, são pessoas muito frias e racionais. Indivíduos assim, não conseguem experimentar - não, ao menos, da mesma forma que as pessoas "normais" - sentimentos como amor, carinho e afabilidade, por isso são distantes emocionalmente em suas relações. Apesar de serem muito impulsivos - tomam decisões ao sabor do momento; quando querem algo, não conseguem dizer "não" a si próprio; não pensam nas consequências das suas ações -, são pessoas muito levadas pela razão. Por terem um cérebro muito mais racional que emocional, eles não se comovem facilmente. Não se comovem com a dor e sentimento alheio, e tendem a planejar tudo de forma fria e calculista. Intuição como amor, filiação e fé são inexistentes nesses indivíduos, por isso, não raro são céticos, desapegados a coisas não-materiais. Se atém a coisas simplória e momentânea da vida. O que querem está em constante mudança. A satisfação interior é lhes inacessível. Por isso, a necessidade exacerbada de estímulos sensoriais, uma vez que, sua ideia de prazer parte de fatores externo. Carecem de amadurecimento interno, levando a uma baixa valorização daquilo que se é conquistado.

Como são pessoas que fazem o possível e o impossível para realizar seus desejos, nem que para isso tenha que mentir, manipular, furtar, matar etc., quando questionados sob tais comportamentos, eles tendem a falar racionalmente, não emocionalmente, uma vez que são indivíduos que não conseguem sentir emoções verdadeiras.

Atualmente, através de inúmeras pesquisas neuropsiquiátricas, o psicopata é visto - através de ressonância magnética, por exemplo - como um indivíduo muito mais racional que emocional. Isso porque os especialistas concluem que o cérebro desses indivíduos responde de forma diferente da maioria das pessoas consideradas "normais". Por exemplo, os psicopatas têm muito pouca pena ou culpa, duas emoções essenciais para a cooperação social. Por outro lado, seus cérebros ativam mais intensamente os circuitos cerebrais relacionados ao desprezo e desejo de vingança. Essas alterações nas áreas das emoções fazem com que sejam irritadiços, agressivos, estabeleçam relações conturbadas, mintam e manipulem com facilidade, não sintam empatia, e muito menos se arrependam por tudo isso.

É comum, entre psicopatas, uma explicação racional a respeito do que é certo ou errado, entretanto, por mais que saibam isso, eles não conseguem sentir tais sentimentos de certo e errado. E é exatamente isto que faria com que muitos evitassem cometer crueldades; pois eles pensam e sabem do errado, mas não consegue senti-lo. É esse sentir que faria com que o meio emocional (ex.: pena) interviesse em suas maldades. Um assassino sádico até sabe que o que está a fazer é errado; entretanto, por ter um cérebro essencialmente racional, seu emocional é tão prejudicado que não consegue fazer com que suas emoções o impeçam de cometer um assassinato cruel. É também por isso que possuem uma personalidade naturalmente dissimulada. Eles nunca vão demonstrar à sociedade, descaradamente, como ele é, de fato. Eles sabem que seu comportamento e sua personalidade é inadmissível e vista como macabra aos olhos de todos. Sabem perfeitamente que possuem ideias, atitudes e comportamentos errados. Por isso, mostram às pessoas uma outra personalidade: uma superficial que é mostrada a todos de forma "certa", mostrada de um jeito pelo qual todos aceitam, enquanto escondem sua verdadeira índole macabra, porque sabem que serão intolerados se exibirem sua real face. Sabem do errado, porém, não sentem o errado.

 

 

 

Encanto superficial e sedução

 

 

 

Nem todos os psicopatas são encantadores ou sedutores, mas uma boa parte dessas pessoas apesar de serem contra tudo e todos, à primeira vista podem demonstrar grande simpatia e encanto com os outros. É geralmente assim que eles conseguem se aproximar de quem os interessa, sem fazê-los desconfiar de que possuem outras intenções. Pessoas que utilizam do encanto ou sedução para conquistarem outras causas são denominadas manipuladoras. Indivíduos psicopatas são árduos manipuladores; facilmente conseguem influenciar as outras pessoas porque possuem ótima lábia, estupendo conhecimento a respeito daquilo que o outro gostará de ouvir ou ver. Interessante notar também que, apesar de serem persuasivos, são pessoas céticas e desconfiadas que dificilmente são influenciadas. Eles são sempre os influenciadores mas raramente são os influenciados.

De maneira geral, o psicopata na maioria das vezes pode ser simpático, engraçado e interessante socialmente a fim de conseguir a simpatia das outras pessoas por quais se interessam.

Dependendo da vítima, o sociopata pode usar-se da sedução, especialmente se for uma mulher psicopata que, por exemplo, pode seduzir um homem mais facilmente e depois roubá-lo. Nesses casos, muitos psicopatas podem assemelhar-se aos os portadores dotranstorno de personalidade histriônica, por exibirem uma aparência física atraente e/ou comportamento sedutor.

Indivíduos com personalidade antissocial não se importam em passar por cima de tudo e todos para alcançar seus objetivos. Eles manipulam facilmente as pessoas, mentem e enganam e não se importam com isso. Ao mesmo tempo, frequentemente exibem aparência nada sugestionáveis de psicopatia: podem ser simpáticos, educados e comportados, entretanto, diante a menor contrariedade ou ameaça, se tornam irritáveis. Esta característica muitas vezes é disfarçada socialmente, entretanto, é comumente percebida no ambiente intrafamiliar. Podem ser tidos como explosivos, agressivos ou estressados, entrando facilmente em discussões e brigas com a família. Sendo assim, não se importam em terem ferido emocionalmente (ou fisicamente) seus familiares, nem consideram pedir desculpas; agem como se nada tivesse acontecido. Quando isso ocorre e resolvem reconhecer seu comportamento agressivo, mais uma vez, tudo não passa de dissimulação. Eles são reis em inversão de papéis: seu teatro é sempre baseado na vítima e no vilão, em que, obviamente, a vítima é sempre ele. Vivem a fazer papel de vítima ou coitadinho, invertendo os papéis em que as outras pessoas são sempre as vilãs. Eles geralmente culpam ou acusam seus familiares por seu comportamento agressivo (por ex, em uma discussão sempre dizem que foi fulano que começou, nunca ele), nunca admitem um erro, querem ter sempre a razão de tudo e tentam fazer o possível para com que o outro se sinta o culpado. De uma forma ou de outra, esses indivíduos têm notáveis tendências em estimular sentimentos de dó, compaixão e pena nas outras pessoas. Como é perceptível, a maioria dos psicopatas não mata, mas é capaz, porém, de arrebentar facilmente com o emocional e até mesmo o financeiro das pessoas.

Em contraste, com outros indivíduos, são apaixonáveis e encantadores. Conquistam e seduzem facilmente as pessoas por quais obtêm interesse, tanto que raramente os outros desconfiam de estar se relacionando com um indivíduo antissocial, pois muitos psicopatas camuflam tal comportamento sob uma aparência "angelical". Isso faz com que frequentemente despertem nas outras pessoas, pensamentos como "É impossível fulano (a) ser ruim, com essa cara de anjinho (a)", ou ainda "Não consigo acreditar como fulano (a) foi capaz de cometer crueldades, ele (a) sempre foi tão comportado (a), um amor de pessoa!" por exemplo. Muitas vezes, quando os familiares relatam para conhecidos, os comportamentos anormais do psicopata, as outras pessoas têm uma imagem anteriormente tão boa e ingênua do indivíduo, que ficam perplexas e não conseguem acreditar em tais relatos.

 

 

 

Irritabilidade e intolerância às frustrações

 

 

 

Apesar de socialmente demonstrarem serem "santos", muitas vezes o ambiente familiar é muito diferente dessa falsa demonstração para a sociedade. Não raro, os indivíduos portadores da psicopatia são irritantes, agressivos e problemáticos para a família. Eles têm baixa tolerância para frustrações, portanto, contrariedades mínimas já podem ser motivos para agressividade. Por terem um baixo limiar de descarga de agressão, eles facilmente perdem a calma por qualquer coisa, se estressam rapidamente por qualquer contrariedade ou confronto, agindo de forma pueril ou extrema quando não conseguem o que querem.

Essa intolerância às frustrações os faz pessoas rancorosas, vingativas e incapazes de aceitar obstáculos comuns do cotidiano. Frequentemente acumulam ódio por algo ou alguém, não suportam perderem, detestam não conseguir o que querem e podem cometer atitudes extremas por conta disso. As frustrações inadmissíveis é que são as únicas fontes capazes de um indivíduo psicopata chorar de verdade. Fora as suas próprias frustrações, choram apenas por mera falsidade ou teatro.

Eles também podem ser tidos como aqueles que vivem a desafiar as autoridades da casa, tais como os pais, avós, etc. O ambiente familiar, dependendo de cada psicopata, pode ser marcado desde discussões leves até violência brutal para com os membros que moram na casa. Muitas vezes, o lar doméstico desses indivíduos é marcado também pelas outras diversas característica psicopáticas, tais como egoísmo, mentiras, manipulação etc. Da mesma forma com as outras pessoas, eles não se importam com os sentimentos dos seus familiares, são frios e não sentem culpa por nada que fazem. Eles tendem a se aproveitarem da situação familiar para tirarem benefícios para si próprios, como por exemplo a herança da família.

Em suma, são na realidade, indivíduos irritadiços, agressivos, impulsivos, sádicos, interesseiros, egoístas, frios e excessivamente manipuladores: enquanto maltratam as pessoas mais íntimas que se importam com ele, o indivíduo demonstra profundo ódio, rancor e indiferença aos mesmos; fora desse ambiente familiar conturbado, se mostram totalmente o oposto: pessoas queridas, alegres e do bem.

 

 

 

Mentiras e comportamento fantasioso

 

 

 

Psicopatas usam a mentira como mais uma ferramenta para seus objetivos. Exatamente por isso, eles não usam a mentira da mesma forma que as outras pessoas usam e sim usam-na como ferramenta de trabalho. São tão racionais que planejam muito bem suas mentiras, a ponto de que conseguem mentir olhando nos olhos e demonstrando atitudes calmas e típicas de quem está falando a mais brilhante verdade, quando na realidade, não passam de grandes mentiras. Tais mentiras muitas vezes são caracterizadas por histórias muito bem detalhadas e minuciosas, a ponto que as outras pessoas nem se quer desconfiam de que tudo não passa de um teatro, por isso, raramente suas mentiras são descobertas. Entretanto, quando isto acontece, eles podem negar até a morte que tudo não passa de uma farsa, mesmo que tudo e todos provem o contrário. Também podem mostrar-se totalmente indiferentes à descoberta, ou admitirem mas inventam alguma desculpa encobrindo a outra mentira.

Eles também apresentam um comportamento fantasioso que frequentemente muda. Eles são tidos como camaleões sociais, porque estão em constante mudanças socialmente. Eles geralmente mudam de comportamento conforme pessoa, mais especificamente, conforme o que a pessoa quer. Então, é comum terem diversos comportamentos diferentes com diferentes pessoas. Isso também ocorre porque são indivíduos que levam uma vida dupla: socialmente são vistos como os ingênuos inocentes, quando na verdade escondem um lado negro e obscuro.

Em geral, todas as pessoas têm por si uma característica de camaleão social, afinal, ninguém consegue ser totalmente constante e igual com todos ao mesmo tempo. Todos são diferentes, por exemplo, com seus amigos e com seus familiares. Contudo, o psicopata apresenta uma característica muito forte: uma forma de "dissociação" de personalidade, isto é, como se tivessem uma fina camada de verniz. Isto ocorre porque o antissocial desensolve uma personalidade para convívio social, para conseguirem se infiltrarem e misturar-se com os outros seres. Ou seja, na realidade, eles demonstram para a sociedade uma personalidade fantasiosa, pois na realidade, escondem um temperamento totalmente oposto ao que demonstram socialmente. No caso do psicopata, esse disfarce social é totalmente excessivo e extremo da real personalidade - enquanto podem ser típicos exemplares socialmente, com família, filhos e trabalho normal, na realidade, são pessoas extremamente doentes.

Seu verniz é tão perfeito que, quando cometem algum tipo de crueldade, as pessoas na prisão confiam nele e em seu comportamento, sem entender como aquela pessoa tão educada e solícita, calma e comportada, possa ter cometido crimes tão numerosos e violentos.

 

 

 

 

Vazio existencial e tendência ao tédio

 

 

 

Psicopatas são pessoas excessivamente sensíveis ao tédio, monotonia e tudo o que for relativo à "constância". Necessitam constantemente de estímulos, pois são ausentes de emoções reais. Pessoas assim ficam entediadas muito facilmente, não suportam monotonia e rotina, e estão em busca constante por estímulos e excitações que lhe ofereçam perigo para se livrarem do tédio. Por isso, eles enjoam facilmente de tudo e todos. Então, seus relacionamentos, empregos, preferências e objetivos estão em constante mudança, porque enjoam muito fácil das coisas. Eles precisam sempre de novidades a fim de que não caiam na monotonia. Assim, seus relacionamentos não são duradouros, eles não param em um emprego fixo, seus objetivos perdem a graça muito fácil, seus gostos são instáveis etc. Psicopatas geralmente podem começar um determinado projeto de forma empolgada e excitante, contudo, não conseguem terminá-lo porque de repente parecem ter enjoado. Também pode acontecer que anseiam em excesso por algo, todavia, quando conseguem, não querem mais. Portanto, para eles, a empolgação para as coisas da vida têm uma duração muito curta. Logo, se são pessoas que não toleram tédio e rotina, consequentemente também são intoleráveis às regras e normas.

 

 

 

Egoísmo e egocentrismo

 

 

 

Como psicopatas são seres incapazes de sentir sentimentos calorosos por outros seres humanos - tais como o amor, altruísmo, generosidade, humildade e pena - eles não conseguem amar outras pessoas; não ao menos da mesma forma que a maioria das pessoas consegue. Na realidade, nos psicopatas o que predomina é um grande sentimento de posse. Apesar do ciúme e possessividade andarem lado a lado, o ciúme geralmente é normal e - até certo ponto - necessário numa relação, mas o ciúme doentio é fruto de uma baixa auto estima e insegurança. Do outro lado, a possessividade - diferente do ciúme doentio visto como sinal de insegurança - é um sentimento egoísta e que geralmente não está relacionado a uma insegurança e sim a uma personalidade egoísta que não sabe diferenciar objeto de pessoa, tratando, assim, pessoas como meros objetos, pois enquanto o ciúme pode ser visto como um sentimento para com pessoas; a possessividade está muito mais relacionada a objetos, "ter apenas para si tal objeto" por puro egoísmo. É por isso que no psicopata o que predomina é a possessividade. Como eles são exímios egocêntricos e não sentem nada, eles não têm a insegurança típica de quem ama, mas sim um sentimento de posse, na qual a outra pessoa é vista como um objeto que é apenas dele e não deve ser dividido de forma alguma. Às vezes, quando eles demonstram afeto por alguém, ou é pura dissimulação ou um grande sentimento de possessividade por tal pessoa, o que faz frequentemente, a princípio, acreditarem que estão apaixonados, quando na verdade, não sentem nada mais que posse por tal pessoa. Além disso, tendem sempre a inventar desculpas de sua possessividade (por ex, "é porque eu te amo", "tenho medo de perdê-la (o)" ou ainda "é porque tenho ciúme de você"). O egoísmo desses indivíduos é tanto que por mais possessivos que sejam, não aceitam esta regra aplicada para o outro. Por exemplo, eles podem ser possessivos com os outros, mas os outros não podem ser com eles.

Como o antissocial é egoísta e ausente de sentimentos bons para com outros, eles frequentemente também exibem possessividade não somente num relacionamento íntimo, mas também em todos aspectos de sua vida. Eles tratam como meros objetos seus familiares, seu cônjuge, seus amigos, seus pertences. Não toleram serem ignorados e, se todos são tratados como objetos, portanto, a possessividade também estará presente. "Dividir" e "generosidade" são vocábulos inexistentes na personalidade dos psicopatas. Não suportam "dividir" nada nem ninguém. Seu parceiro sexual não pode ser de mais ninguém, a não ser dele; seus amigos não podem ser amigos de mais ninguém, a não ser dele; seus pertences não são de ninguém, só deles; o dinheiro é apenas dele e não será dividido com mais ninguém; a atenção e admiração não será de ninguém, apenas deles. De forma geral é dessa forma que a vida de um psicopata é baseada, porém, quando demonstram o contrário: generosidade, não passa de mera falsidade. Eles geralmente demonstram comportamento contrário ao egoísmo (por ex, o psicopata que resolve emprestar dinheiro para um familiar necessitado) para disfarçarem socialmente ou conseguirem algo com isto.

Essa possessividade geralmente gera no psicopata um outro sentimento: a inveja. Por isso, são frequentes invejosos embora possam não demonstrar isso claramente. Pelo contrário, são eles que se fazem de genuínos, que não invejam nada nem ninguém, ou que apenas sentem uma "inveja boa". Enquanto isso, desejam mal às outras pessoas que conquistaram algum determinado ideal pela qual o psicopata também anseia; e às escondidas articulam planos para arruinar tais conquistas. Isso porque querem tudo apenas para si e se veem como donos do universo; o mundo é visto, por eles, como ao redor de seu próprio umbigo (egocentrismo exacerbado).

Para psicopatas, eles são quem merecem uma conquista e não os outros; os outros são sempre os que recebem mais e eles não recebem nada (por ex, um psicopata ao ver que um colega de trabalho recebeu uma oferta especial no emprego, ele tende a pensar que é ele que merece essa proposta e não seu colega). Por isso, são os reis de estratégias que visam conseguir a qualquer custo o que querem, mesmo que isto acarrete em prejuízos para outras pessoas.

 

 

Incorregibilidade e ausência de remorso

Uma característica notavelmente exclusiva nos psicopatas é a capacidade de resistir a punições e castigos. Psicopata não aprende com os erros, pelo contrário, vai continuar cometendo os mesmos erros, ferindo ou não outras pessoas. Desde criança, por exemplo, esses indivíduos demonstram inflexibilidade e teimosia no comportamento após punições dos pais; eles não se importam com os castigos, continuam a ter o mesmo comportamento. Quando castigado, o psicopata tende a repensar modos de agir novamente o mesmo comportamento, ou ainda, ser possuído por um grande sentimento de vingança. A frase comumente ouvida "com a vida você vai aprender…" raramente funciona com um psicopata. Mesmo se isso ocorrer, com certeza ele irá mudar de comportamento apenas porque tal acarretou em prejuízos para si próprio, não levando em conta o prejuízo causado a outras pessoas.

Obviamente, são indivíduos notavelmente sem remorsos e sentimentos de culpa. Jamais sentem remorso ou culpa por algo que fizeram - apenas por atitudes não feitas. Os psicopatas com um grau mais leve podem até terem algum nível de tais emoções, entretanto, isso não é o suficiente para que pausem seus impulsos de suas ações. Remorso é emoção que, via de regra, vem do cérebro, assim como todos os sentimentos e pensamentos. Quando o cérebro está danificado ou com algum tipo de prejuízo nessas áreas emocionais, a capacidade de sentir emoções também fica prejudicada. Nos psicopatas, o remorso e compaixão - que são essenciais para a cooperação nas relações entre os seres humanos - estão quase ou totalmente ausentes, assim como os sentimentos de ternura, pena e sensibilidade.

 

 

 

 

Psicopatia feminina

 

 

 

A maioria das mulheres tendem a apresentar um grau leve ou moderado da psicopatia, sendo que mulheres psicopatas com um alto grau da doença são raras. Porém, existem e são as denominadas serial killers, tais como grandes assassinas da história mundial, como Elizabeth BathoryAileen Wuornos e Marie Noe.

As psicopatas com um nível moderado a grave de psicopatia podem, no início da adolescência, ter um acentuado crescimento dos sintomas do distúrbio nessa fase, além de sintomas como um humor deprimido e irritadiço, abusar do álcool e/ou drogas, obter comportamentos autodestrutivos como auto mutilação, tentativas de suicídio fracassadas, abusos de medicamentos, ambiente familiar conturbado, instabilidade emocional e, não raro, aparecimento de sintomas histéricos (conversivos). Aliás, é muito mais frequente nas mulheres psicopatas ocorrer a psicopatia juntamente com características conversivas, como por exemplo, paralisias, dores de cabeça constantes, náuseas, vômitos, afonia, dores constantes pelo corpo sem motivos plausíveis etc. o que mostra que essas mulheres além da psicopatia, possuem traços histéricos em sua personalidade, o que as faz reprimir seus problemas psicológicos e transformando-os em problema físico.

Na melhor das hipóteses, as mulheres psicopatas geralmente foram crianças introvertidas e tinham um profundo sentimento de isolamento. Embora não seja regra, a maioria das mulheres psicopatas possuem um histórico cuja infância foi permeada por algum tipo de conflito familiar (abusos, negligência, divórcio dos pais, alcoolismo parental, etc.), além de constantes conturbações escolares, tal como deboches por coleguinhas de escola, seja pela timidez ou por apresentarem algum tipo de transtorno de conduta: ao tempo que foram crianças que sofriam deboches, entretanto, também cometiam algum tipo de crueldade - embora nem sempre os adultos conseguissem perceber, pois, via de regra, psicopatas desde tenra idade manipulam todos ao redor de forma que raramente são descobertos. Mulheres psicopatas não gostam de ser contrariadas e, assim como os homens sociopatas, elas podem demonstrar frieza, agressividade ou insensibilidade sem que isso acarrete em culpa, arrependimento ou remorso. Elas têm necessidade em demonstrar grande poder ou controle sob certas pessoas ou situações. São controladoras, persuasivas, influenciadoras e muito sedutoras. Elas podem exibir além de um comportamento sedutor, comportamentos sexuais perversos, tais como sadomasoquismo, e fetiches perversos. Podem ter um histórico de relacionamentos breves, que duram muito pouco, numerosos casos superficiais ou então vários parceiros do outro sexo ou não, ao mesmo tempo. Elas podem ser mulheres infiéis, que facilmente traem o cônjuge, ou então enamorar-se por puro interesse material, tais como homens ricos e poderosos. Para o psicopata, o sexo e a orientação sexual são apenas mais uma forma de manipulação, um de seus utensílios para conseguir seus objetivos.

Nas mulheres com traços psicopáticos, parece haver predominância de sintomas do subtipo de psicopatia denominado por Millon de "psicopata dissimulado". Segundo Millon, tais psicopatas possuem características de falta de confiança nos outros, impulsividade, simpatia superficial e sociabilidade para com os outros mas constante mau humor, agressividade e ressentimento para com a família e pessoas próximas. Esse tipo de psicopatia pode ser relativamente parecido como uma mistura do transtorno de personalidade borderline e o transtorno de personalidade histriônica. São pessoas que aparentam tendências a chamar atenção para si e com um comportamento significantemente sedutor ou sensual. Neste caso, essas psicopatas são socialmente sedutoras mas ocultam por trás da sedução e sociabilidade um péssimo comportamento com pessoas mais próximas. A busca pela excitação, aventura e estímulo é variavelmente alto, com tendências a sentir-se facilmente entediada, com grande intolerância à monotonia, regras e rotina. Exatamente por isso, essas pessoas costumam exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, tais como relacionamentos, empregos, objetivos e gostos. Elas se entediam e enjoam facilmente das coisas, começam um projeto mas nunca terminam. Pessoas assim têm comportamentos imaturos de contínua busca de sensações e perigo, e fazem de tudo o que for necessário nas suas relações para conseguirem o que querem dos outros. São incapazes de demonstrar gratidão. Quando não conseguem o que querem ou são contrariados ou pressionados, podem balancear entre uma explosão agressiva ou uma vingança calculista.

De modo geral, as mulheres psicopatas apresentam praticamente os mesmos sintomas do homem psicopata, entretanto, praticam suas crueldades de forma menos impulsiva que o homem, o que as faz serem pouco descobertas.

 

 

 

Síndrome de Don Juanismo

 

 

 

 

síndrome de Don Juanismo ou compulsão por sedução é um transtorno caracterizado por necessidade compulsiva por sedução, envolvimento sexual fácil mas fracasso no envolvimento emocional, sendo assim, determinada por relacionamentos íntimos pouco duradouros ou até mesmo inexistentes. Os indivíduos que têm esta síndrome são excessivamente sedutores e, em geral, têm como alvo pessoas "difíceis" ou "proibidas" de serem alcançadas. As outras pessoas facilmente se apaixonam por eles, entretanto, o indivíduo com a síndrome logo se apercebe de que o parceiro ou o relacionamento não há mais graça e, por fim, acaba por abandonar a pessoa. Esses indivíduos não se apegam aos seus parceiros, pois possuem apenas uma atração fugaz em que quando o outro é conquistado, este mesmo vira enjoativo, sem graça e a atração desaparece. Essa síndrome é realmente o oposto de outra, chamatimidez amorosa, onde nesse caso o indivíduo se torna incapaz de seduzir outra.

Não raro, a síndrome associa-se a uma personalidade fria e insensível para com os sentimentos alheios, cujo próprio interesse momentâneo é o objetivo maior. Sendo assim, são pessoas frequentemente egoístas e com uma grande sensibilidade à monotonia: são intolerantes ao tédio, o que os faz comumemente buscarem estímulos e novidades, caracterizando uma inconstância nos relacionamentos que se tornam enjoativos facilmente. Por tais características, a síndrome pode ser confundida ou ser um dos sintomas do transtorno de personalidade antissocial, ou mais popularmente conhecido como psicopatia.

Essa compulsão se inicia na adolescência e a cura é pouco provável. Ela se manifesta tanto em homens quanto mulheres, entretanto, parece ser mais evidente em homens. Talvez porque a mulher é naturalmente mais emotiva e mais propensa a apaixonar-se facilmente pelo homem, facilitando assim, a concretização da conquista para o homem com don juanismo. Outra justificativa significante seria o fato das mulheres don juanistas serem em si mais discretas e pouco descobertas.

A expressão "don juanismo" aparece por conta do mítico Don Juan, jovem conquistador e sedutor que após conquistar inúmeras mulheres, abandonava-as.

 

 

 

 

 

Sintomas

 

 

 

Uma das características principais da síndrome é uma necessidade intensa de seduzir o tempo todo. Esses indivíduos são exímios sedutores e manipuladores, sendo que uma boa parte deles parece ter um tipo de preferência por pessoas consideradas difíceis de serem conquistadas, "proibidas" ou com um elevado nível de perigo, em que a adrenalina de conquistar tais pessoas é muito prazerosa. Eles geralmente costumam a sentir preferência por pessoas muito mais velhas ou muito mais novas, pessoas casadas ou comprometidas, pessoas muito próximas de um relacionamento tais como o tio ou o irmão do namorado, a mãe ou a tia do melhor amigo, padres, freiras, chefes, pessoas de um relacionamento exclusivamente profissional tal como paciente-médico, paciente-dentista, aluno-professor, paciente-terapeuta, cliente-advogado, e entre tantas outras relações consideravelmente receosas. Esses indivíduos parecem ser viciados na adrenalina do perigo e por isso são movidos pela alta inclinação a relacionamentos proibidos ou que ofereçam um certo grau de desafio. Alguns indivíduos com a síndrome podem chegar a dizer francamente que não conseguem ter em vista outras pessoas a não ser aquelas pelas quais oferece algum tipo de risco, perigo ou impossibilidade.

Outra característica típica, é a nunca desistência da pessoa alvo. Enquanto não conseguem consumar a sedução, eles parecem nunca desistir do outro. Eles podem terem em mente que enquanto não conseguirem ficar com a outra, nunca desistirão da mesma. Se a síndrome acomete um homem, este frequentemente é tido como um "príncipe encantado", carismático, sedutor e atraente, bem como gentil e carinhoso, por exemplo, evidentemente caracterizado no estereótipo do homem perfeito para a mulher. Se, entretanto, a doençaacomete uma mulher, esta também é vista como excessivamente sensual e sedutora, que atrai olhares de todos por onde passa, com uma incrível capacidade de seduzir e envolver específicos homens. Porém, o don juanismo feminino não é retratado como uma mulher vulgar para com os homens, pois pelo contrário, mulheres com a síndrome embora muito sedutoras e atraentes, raramente são vistas como vulgares ou promíscuas, por exemplo. O que acontece é que, enquanto as mulheres rotuladas como promíscuas são vistas como aquelas que são atiradas com todos os homens, as don juanistas apresentam um comportamento em que escolhe a dedo suas "vítimas", conforme seus critérios de sedução (ex.: homens comprometidos, mais velhos etc).

Essas pessoas têm uma capacidade incrível em envolver o outro. À primeira vista, eles podem aparentar-se ingênuos, encantadores e fisicamente atraentes. Eles facilmente entram em jogos de sedução, sendo que o homem com o don juanismo pode ser aquele com uma ótima lábia, que conhece muito bem técnicas para atrair e conquistar as mulheres. Eles podem ser muito gentis, educados, amorosos, que vivem a entregar-lhes buquês de flores, presentes, cartas amorosas, elogios entre muitos outros tipos de ações que praticamente toda mulher gostaria de receber e ouvir. Tais conquistas são muito mais eficientes em mulheres com uma baixa auto-estima, carentes de afeto, ingênuas ou muito sugestionáveis e influenciáveis. Na mulher com o don juanismo, as técnicas são semelhantes. Entretanto, enquanto que, na conquista da mulher, o homem don juan insere inúmeras técnicas no envolvimento emocional, pelo fato das mulheres serem mais suscetíveis às emoções e sentimentos; na conquista do homem, a mulher don juan insere inúmeras técnicas no envolvimento propriamente dito sexual, pelo fato de homens terem um instinto naturalmente mais sexual que sentimental. Elas podem induzi-los a comportamentos sedutores, desde algumas piscadelas e grande simpatia, até uma aparência sexualmente provocante, alternando entre um comportamento falsamente ingênuo ou misterioso. Elas também são exímias em saber do que os homens mais gostam para facilmente seduzi-los. Elas podem fingir-se submissas a eles, fazer grandes elogios, bajular e aderir a comportamentos e ações nas quais os homens consideram de uma mulher ideal. De maneira geral, tendem a fazer de tudo para conseguirem conquistar o outro.

Na realidade, indivíduos com esta síndrome, parecem estar sempre observando e estudando minuciosamente sobre técnicas de conquista e sedução a fim de agradarem o outro na qual consideram seu principal alvo. A capacidade de envolver o outro é tão grande no don juan que por tais razões, as outras pessoas acabam por cairem rapidamente nesse jogo de conquista e sedução, especialmente as mulheres que acreditam ter encontrado o homem ideal. E então, quando estas pessoas se demonstram muito interessadas ou declaradamente conquistadas e apaixonadas, a ponto de quererem um relacionamento mais constante e sério, de repente, o indivíduo don juan cai fora. Evidentemente, as pessoas com don juanismo não conseguem ficar apegadas a uma determinada pessoa por um longo tempo, partindo sempre para novas conquistas. Eles parecem se entendiar ou enjoar quando ficam com uma mesma pessoa e, principalmente, quando a mesma se apaixona pelo don juan. Para aquele que seduz, a concretização da conquista traz a monotonia que, para eles, é detestável, e desta forma, as relações são rápidas e sem nenhum vínculo afetiva. Na realidade, essas pessoas aparentam não se importar com os sentimentos das pessoas por quais consideraram alvo, ou ao menos têm um embotamento afetivo. Elas apresentam traços de egoísmo, buscam qualquer meio e forma para conquistarem, mas parecem não levar em conta os sentimentos da outra pessoa, sendo esta uma característica típica da síndrome do don juanismo.

Em suma, o estereótipo do don juanismo é aquela pessoa sedutora, que parece ter em vista sempre pessoas difíceis de serem conquistadas, fazem de tudo para consegui-la, mas basta perceberem que a outra pessoa "está a seus pés" que a motivação para continuar o relacionamento desaparece. Podem, por exemplo, se envolver 3 ou 4 vezes, depois largam-na, justamente quando a outra pessoa começa a sentir-se conquistada.

Em alguns casos se trata de um romântico incurável, que nunca encontra o par perfeito por seu nível de exigência se tornar cada vez mais alto, até pelo fato de ter tido muitas parceiras diferentes. Nesse caso, sofre com seu amor interno, platônico. Muitos compositores, escritores e poetas parecem se encaixar nesse estereótipo e, talvez, sem eles muitas histórias e canções de amor jamais teriam existido.

Na sociedade atual, é muito frequente o "ficar com..." ou "sair com...", sendo que estes devem ser diferenciados do don juanismo. Além de que no indivíduo don juan há sempre uma pessoa "alvo" a ser conquistada, de difícil conquista, a principal diferença consiste que no "ficar com..." não há um objetivo concreto de conquista, tal como é visto no don juan. O "ficar" é sem compromisso na qual tem seu término geralmente na despedida. No "ficar" nenhum conquista nenhum, pois é uma afinidade recíproca onde ambos estão com o mesmo objetivo em mente.  Entretanto, além de tudo isso, o que realmente diferencia e diagnostica o don juanismo é que este tem a principal marca definida por uma insensibilidade e menosprezo ao sentimento do outro. Eles próprios fizeram de tudo para conquistar o outro, entretanto, quando abandonam o parceiro, pouco se importam com os sentimentos deste último. Ao tempo que no "ficar" os dois indivíduos não alimentam entre si nenhum sentimento, logo, não há o que se menosprezar.

O don juan exibe relacionamentos superficiais e inconstantes, o que os leva a um fracasso no estabelecimento de relações duradouras. chegam normalmente à meia idade solitários ou sem um parceiro fixo, porque se dão conta que, além da energia que se desvanece ao passar da idade, eles percebem que não têm mais o charme e a capacidade de sedução de antes.embora alguns melhoram com a idade, porque seus artifícios de sedução não dependem só da beleza e sim das técnicas de sedução que não se baseiam em beleza.

 

 

 

O homem don juan

 

 

 

  • Aparenta superficialmente um homem gentil, charmoso e ideal para as mulheres;
  • Raramente tem um relacionamento íntimo duradouro;
  • Para explicar-se, diz frequentemente que seus relacionamentos enjoam ou perdem a graça de forma rápida;
  • Parece ter preferência por perigo;
  • Intolerante à rotina, monotonia e tédio;
  • É inconstante;
  • Tem sempre em mente o lema "seduzir e, depois, cair fora";
  • Tem atração ou fixação principalmente por mulheres consideradas difíceis ou proibidas de serem alcançadas, tais como mulheres mais novas, mulheres mais velhas, mulheres comprometidas ou casadas, namoradas de amigos etc.
  • Entre uma mulher de fácil conquista e outra de difícil conquista, frequentemente escolhe a mais difícil;
  • Excessivamente cavalheiro e romântico;
  • É tido pelas outras mulheres como "perfeito" ou "príncipe" ou "ele é tudo o que eu queria";
  • As mulheres facilmente idealizam e apaixonam-se por ele;
  • Faz de tudo para conseguir a mulher por qual deseja, sendo que raramente desiste enquanto não consegui-la;
  • Arranja inúmeras formas para conquistar a mulher, como por exemplo, entrega-lhe muitos presentes, flores, jantares românticos, cartas amorosas, indiretas, elogios, promessas e mostra-se excessivamente gentil, educado e ideal;
  • Após conseguir a conquista, de repente, rapidamente se afasta, ou então desaparece, abandona a mulher;
  • Alega esse comportamento pelo fato de, sem mais nem menos, o relacionamento ter perdido a graça ou que enjoou da mulher e precisa fazer uma nova conquista, com novas excitações e desafios;
  • Raramente racionaliza se esse tipo de conduta causa prejuízos no campo sentimental e emocional das mulheres, sendo que alguns desses homens dizem francamente não se importar com isso;
  • Não sente culpa ou remorso por tais comportamentos.

 

 

 

 

 

 

A mulher don juan

 

 

 

  • Aparenta superficialmente ser ingênua, inocente ou uma mulher ideal para o homem;
  • Conquista rapidamente vários homens em sua volta;
  • Tem relacionamentos íntimos pouco duradouros ou até mesmo inexistentes;
  • Tem grande prazer em busca de perigos e novas excitações;
  • Intolerante à monotonia, rotina e tédio;
  • É inconstante ou instável;
  • Exibe preocupação excessiva com a aparência física e despede tempo e dinheiro para se arrumar e obter uma aparência provocante;
  • Tem dificuldade em dar continuidade a qualquer coisa que não seja "perigosa" ou "proibida", afirmando que perde a graça rapidamente;
  • Afirma que sente grande atração ou fixação por homens considerados difíceis ou proibidos. Por exemplo, homens muito mais velhos, homens comprometidos ou casados, homens de um relacionamento exclusivamente profissional etc.
  • Tem dificuldade em olhar para homens que não sejam estes relacionados ao item acima citado;
  • Se há um dilema entre um homem de fácil acesso e um homem de difícil acesso, a mulher parece sempre ter preferência para o considerado proibido;
  • Tem em mente sempre o lema "seduzir e, depois, cair fora";
  • É excessivamente sedutora e usa de tal artifício para conseguir seduzir o homem;
  • É como uma grande atriz: oscila entre um comportamento ingênuo e inocente, e um comportamento sedutor e malicioso;
  • Não é vista como vulgar ou promíscua, apesar de ser fisicamente ou sexualmente atraente;
  • Faz de tudo para conseguir a conquista do homem, está sempre atenta às técnicas para atrair atenção dos homens;
  • Enquanto não consegue a conquista, não desiste;
  • Através da sedução, manipula o homem a a fim de deixá-lo a seus pés e ter certeza de que conseguiu seduzi-lo por completo;
  • Após a conquista, enjoa rapidamente do homem e o relacionamento perde a graça, o que leva a buscá-la outra conquista e abandonar bruscamente o antigo parceiro;
  • Desaparece, se afasta do homem justamente quando este se encontra mais conquistado por ela;
  • Não se interessa ou não se importa se tal atitude causou prejuízo ou não ao parceiro, por esta ter lhe abandonado de uma forma pouco sutil;
  • Parece não ter sentimentos para com os homens, ou ao menos não se ressentir pelos sentimentos de tais;
  • Aparenta ou diz francamente que não sente culpa ou remorso por tais comportamentos.

Obviamente, nem todas as características citadas são exclusivos sintomas de don juanismo, assim como indivíduos com a síndrome podem ter estas e muitas outras características.